quinta-feira, 10 de dezembro de 2009 às 01:09 |  

James Dean (1931-1955)


Quando o tempo está bom, como acontece frequentemente nesta altura do ano, ao andar de carro pela California Highway 46, a Oeste de Lost Hills e em direcção Paso Robles, sente-se uma inexplicável sensação de bem-estar. A estrada inclina-se colina abaixo em direcção à cidade de Cholame com a mais sedutora das suavidades, e mesmo os condutores que não gostam de acelerar ficam tentados a fazê-lo.James Dean, que gostava de acelerar (fora multado duas horas antes), tinha todas as razões, para além da sedução da estrada, que então se chamava Highway 466, para se sentir bem naquela fatídica tarde de 30 de Setembro de 1955. Não só estava a caminho de uma corrida de automóveis que adorava, com um carro acabadinho de comprar - um Porsche prateado 550 Spyder modelo desportivo, a que chamou "Little Bastard" - como acabara de rodar "Gigante", o seu mais importante filme até à altura, em que contracenava com Elizabeth Taylor e Rock Hudson. "A Leste do Paraíso", que o tornara uma estrela, tinha sido lançado comercialmente meses antes com enorme sucesso e "Fúria de Viver" estava a chegar às salas americanas. Para um actor de 24 anos as coisas não podiam ser mais prometedoras.Mas, em poucos minutos, James Dean estava morto.Essa morte, resultado de uma colisão frontal com um Ford preto e branco que guinou repentinamente para a esquerda, acabou por ser o elemento final numa perfeita tempestade de celebridade. Dean foi catapultado para um nível de fama tão extraordinário - cumprindo a lenda, "viver rápido, morrer jovem" - que incluiu um facto sem precedentes que mesmo o ambicioso actor nunca teria imaginado.A juventude de Dean, o seu aspecto físico, as suas capacidades interpretativas, tudo isto, aliado à morte trágica, causou um alvoroço que ainda não diminuiu. Enquanto outros actores são celebrados no dia do seu aniversário, no caso de Dean foi sempre a morte que triunfou, e este ano, será o 54º aniversário após o acidente fatal. A interpretação em “A Leste do Paraíso” e “Gigante” valeu-lhe duas nomeações póstumas para os Óscares, como melhor actor principal, uma situação inédita na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em plena década de 1950.James Byron Dean, que nasceu no estado de Indiana e foi criado numa quinta, decidiu rumar a Nova Iorque em 1951 para seguir uma carreira na área da representação.Ingressou no prestigiado “Actor`s Studio”, escola norte-americana que se evidenciou pelo método de ensino que fez um corte radical com os métodos tradicionais de representação.Se não tivesse morrido num acidente de viação, a 30 de Setembro de 1955, James Dean teria 78 anos e uma provável carreira cinematográfica de sucesso.No entanto, todos esses anos de vida teriam apagado o epíteto de rebelde, com “Fúria de Viver” que personificou a máxima “vive depressa e morre novo”.James Dean deixou no currículo de actor vários trabalhos para televisão e cinco peças de teatro profissional, duas das quais na Broadway e a par da representação, revelou-se um apaixonado pela velocidade e pelos automóveis.





A Leste do Paraíso (East of Eden) 1955



No Vale das Salinas, região da Califórina, Carl (James Dean) é o filho rebelde e mal compreendido de Adam (Raymond Massey). Desde a infância, ele luta obsessivamente pelo amor do pai. No entanto, Adam não esconde sua preferência para o outro filho, Aron, considerado o "menino de ouro" da família e que está noivo de Abra (Julie Harris). Solitário no mundo, Carl descobre que sua mãe (Jo Van Fleet), até então dada como morta, reside na vila ao lado."A Leste do Paraíso", de Elia Kazan, é uma adaptação do romance de John Steinbeck. Esta variação a partir da história de Caim e Abel, situada em Salinas e Monterey antes da I Guerra Mundial, não é só um dos mais ricos filmes de Kazan e o primeiro papel de relevo para Dean, como também pode ser considerada a sua melhor interpretação - aí delineou o modelo do que estava para vir.Dean interpreta Cal Trask, o filho arisco, a ovelha negra, o solitário marginal que precisa desesperadamente da aceitação e do amor do pai (Raymond Massey), embora às vezes pareça que se esteja a marimbar para isso. A angústia sem pudor e sôfrega por amor da personagem atinge o clímax na famosa cena em que, tendo o pai rejeitado o presente de aniversário do filho, a desilusão de Cal expressa-se num grito lancinante vindo dos confins da alma. Como Julie Harris, no papel de Abra, diz numa outra cena: "é horrível não ser amado. É a pior coisa do mundo."Kazan explorou o paradigmático conflito de gerações entre Dean/Massey, aproveitando os problemas pessoais que os dois actores tinham um com o outro. "Era um antagonismo que não tentei sarar; agravei-o ainda mais", escreveu o realizador na sua autobiografia. "Não escondi do Jimmy ou do Ray [Massey] o que eles pensavam um do outro, e mostrei-lhes claramente. O écrã estava vivo precisamente com aquilo que eu queria: eles detestavam-se".



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Fúria de Viver (Rebel Without a Cause) 1955



Num dos papéis mais influentes da história do cinema, James Dean veste a pele de um jovem recém-chegado a uma pequena cidade, cuja solidão, frustração e fúria latente evocam os sentimentos da juventude americana do pós-guerra, sentimentos que ainda hoje se fazem sentir.Natalie Wood (como a namorada de Jim, Judy) e Sal Mineo (na sua primeira aparição no ecrã e no papel do dedicado amigo de Jim, Plato) contracenam com o jovem actor, e ambos foram nomeados ao Óscar como actores secundários. Um amor entre dois jovens que têm de aprender a lidar com o crescimento; um despique ao volante em direcção ao precipício; uma tarde turbulenta no planetário; e um desfecho que ilustra a erupção emocional em torno dos protagonistas. Cada cena deste drama sobre rebeldia permanece na memória de quem o viu como o sinal de uma geração sem coordenadas."Fúria de Viver", é o segundo filme de Dean, desta vez sob a romântica direcção de Nicholas Ray, também tinha a ver com um relacionamento tortuoso entre pais e filhos, mas de forma diferente, mais centrada na tortura da adolescência. Os pais aqui, em especial Jim Backus como figura paterna emasculada, são retratados como palhaços ineptos cuja incapacidade obriga os adolescentes - Dean, Nathalie Wood e Sal Mineo - a formar uma família alternativa. A interpretação de Dean não só chega primeiro que o título do filme no genérico inicial, como redime os desequilíbrios do resto de "Fúria de Viver". Ao trabalhar a partir do argumento de Stewart Stern, Dean, jeans, camisa branca e blusão vermelho (escolhido depois da Warner ter decidido que o filme seria a cores e não a preto e branco), é outro grito de angústia pura. Na cena em que esmurra o balcão de uma esquadra da polícia (ficou ferido e teve de ser transportado para o hospital após as filmagens), ou quando na mesma esquadra grita aos pais desavindos o inesquecível "you"re tearing me apart", não há dúvidas de que é o centro de verdade de todo o filme.Este filme está em Avi e tem as legendas em português em anexo.



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O Gigante (Giant) 1956





A história do poderoso rancheiro texano Bick Benedict (Rock Hudson), a sua infeliz esposa Leslie (Elizabeth Taylor), o cowboy transformado em barão de petróleo Jett Rink (James Dean) e três gerações de Texanos que se apaixonam, lutam, conspiram e colidem numa vasta saga que combina lutas familiares, racismo e o conflito latente entre os velhos senhores do gado e os novos-ricos magnatas do petróleo."O Gigante", é um pastelão de 3 horas e 21 minutos, realizado por George Stevens a partir do romance de Edna Ferber, foi o último filme de Dean. Foi o maior êxito de bilheteira da Warner Bros. durante 20 anos (só destronado com "Superman"). É a menos interessante interpretação de Dean, e não só porque o filme foi incapaz de retratar convincentemente o envelhecimento da personagem - Jett Rink, um explorador petrolífero arrivista - ao longo de 20 anos como o argumento exigia. "Não podemos dizer que Dean tivesse uma técnica de relevo", escreveu Kazan, mordaz, na sua autobiografia. "Quando tentou fazer um homem mais velho na última parte de "Gigante", parecia o que de era facto: um novato."Coincidência, ou talvez não, Dean rodou todos os filmes no mesmo ano: 1955. Quando no ano seguinte ‘O Gigante’ chegou aos cinemas, Dean, que entretanto morrera, já era uma lenda.Os fãs chegaram mesmo a ameaçar o realizador George Steven de que se retirasse um ‘frame’ que fosse de Dean no filme o matariam. A morte chegou a 30 de Setembro de 1955, quando seguia ao volante de um Porsche 550 Spyder, a caminho de uma corrida...



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Postado por 300 e Wolverine- Filmes Marcadores:

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